segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Mr. Aleister Crowley


Aleister Crowley, ou Edward Alexander Crowley (Royal Leamington Spa, 12 de Outubro de 1875Hastings, 1 de Dezembro de 1947), foi um membro da Ordem Hermética da Aurora Dourada e influente ocultista britânico, responsável pela fundação da doutrina (ou filosofia; dependendo do ponto de vista) Thelema. Ele foi o co-fundador da A∴A∴ e eventualmente um líder da O.T.O.. Ele é conhecido hoje em dia por seus escritos sobre magia, especialmente o Livro da Lei, o texto sagrado e central da Thelema, apesar de ter escrito sobre outros assuntos esotéricos como magia cerimonial e a cabala.
Crowley também era mago, hedonista, usuário recreacional de drogas, e crítico social. Em muita de suas façanhas ele "iria contra os valores morais e religiosos do seu tempo", defendendo o libertarianismo baseado em sua regra de "Faz o que tu queres".[1] Por causa disso, ele ganhou larga notoriedade em sua vida, e foi declarado pela imprensa do tempo como "O homem mais perverso do mundo."[2][3][4][5] Além de suas atividades esotéricas, ele era também um premiado jogador de xadrez, um alpinista, poeta e dramaturgo.[6]
Em 2002, uma enquete da BBC descrevia Crowley como sendo o septuagésimo terceiro maior britânico de todos os tempos, por influenciar e ser referenciado por numerosos escritores, músicos e cineastas, incluindo Jimmy Page, Alan Moore, Bruce Dickinson, Ozzy Osbourne, Raul Seixas, Marilyn Manson e Kenneth Anger. Ele também foi citado como influência principal de muitos grupos esotéricos e de individuais na posterioridade, incluindo figuras como Kenneth Grant e Gerald Gardner.
Ficheiro:Aleister Crowley, Ceylon 1901.jpg

Biografia

 Primeiros anos, 1875-1894

Edward Alexander Crowley Nasceu na rua Clarendon Square, número 30, em Royal Leamington Spa, Warwickshire, Inglaterra, entre as 11:00 da noite e meia-noite do dia 12 de Outubro de 1875.[8] Seu pai, Edward Crowley, era um engenheiro formado mas, de acordo com Aleister, nunca trabalhou como um.[9] Ele entretanto era um rico dono de cervejaria, que permitiu a ele se aposentar antes que Aleister nascesse. Através do negócio de seu pai ele conheceu o ilustrador Aubrey Beardsley. Sua mãe, Emily Bertha Bishop, vinha de uma família com origens em Devon e Somerset.[9] Ambos seus pais eram da Irmandade Reservada, uma facção mais conservativa de uma denominação Cristã conhecida como Irmãos de Plymouth,[10] e seu pai costumava ser um missionário. Deste modo o jovem Crowley foi criado para ser um Irmão Plymouth, sujeito a leitura diária de um capítulo da Bíblia.[11]
Em 29 de Fevereiro de 1880,[12] uma irmã, Grace Mary Elizabeth, nasceu mas sobreviveu apenas cinco horas. Crowley foi levado para ver o corpo, em suas próprias palavras em As Confissões de Aleister Crowley, o qual escreveu em terceira pessoa:
O incidente criou uma curiosa impressão nele. Ele não entendia o porque de ser perturbado tão inutilmente. Ele não poderia fazer nada; a criança estava morta; aquilo não era de sua conta. Essa atitude continuou com o passar de sua vida. Ele nunca vistara outro funeral a não ser o do próprio pai, que ele não se importou em fazer, pois sentiu que ele na verdade era o centro de interesse.[13]
Em 5 de Março de 1887, quando Crowley tinha apenas onze anos, seu pai morreu de câncer de língua. Ele iria mais tarde descrever isso como um ponto decisivo em sua vida,[14] e a partir desse momento ele mais tarde começa a se descrever em primeira pessoa em suas Confissões. Ainda sendo rico, ele posteriormente foi enviado a uma escola da Irmandade Plymouth, mas foi expulso por "tentar corromper outro garoto."[14] Após isso ele atendeu a Escola Tonbridge e o Colégio Malvern, ambas a qual desprezava.[14] Ele se tornou continuamente cético sobre o Cristianismo, e foi contra a moralidade Cristã da qual foi ensinado.

 Universidade, 1895-1897

Em 1895 ele começou um curso de três anos no Trinity College, Cambridge, onde ele entrou para estudar Filosofia, mas com permissão de seu tutor pessoal, ele trocou o curso para Literatura inglesa, que até então não era parte do currículo oferecido.[15] Foi aqui que ele criou uma visão mais severa sobre o Cristianismo, posteriormente dizendo:
A Igreja da Inglaterra […] parecia uma estreita tirania, tão detestável quanto a dos Irmãos de Plymouth; menos lógica e mais hipócrita… Quando eu descobri que a capela era obrigatória eu imediatamente revidei. O reitor júnior me repreendeu por não estar comparecendo a capela, o que eu certamente não estava, pois isso envolvia acordar cedo. Eu me desculpei com o fundamento de que tinha sido criado entre os Irmãos de Plymouth. O reitor pediu para que eu viesse vê-lo ocasionalmente e falar sobre o assunto, e eu tive a surpreendente ousadia de escrever a ele: 'A semente plantada pelo meu pai, regada com as lágrimas de minha mãe, teriam crescido profundas de mais para que pudessem ser arrancadas até mesmo por sua eloquência e aprendizagem'.[13]
Também foi na universidade que ele fez a decisão de mudar o nome Edward Alexander para Aleister. Sobre isso ele declarou:
Por muitos anos eu me aborreci sendo chamado de Alick, em parte devido ao som desagradável e a visão da palavra, e em parte pois esse era o nome que minha mãe me chamava. Edward não parecia se ajustar a mim e os diminutivos Ted ou Ned eram ainda menos apropriados. Alexander era muito longo e Sandy sugeria ser loira com sardas. Eu tinha lido em um livro ou outro que o nome mais favorito a se tornar famoso era composto de um dátilo seguido por um espondeu, como no fim de um hexâmetro: por exemplo Jeremy Taylor. Aleister Crowley preenchia essas condições e Aleister é a forma gaélica de Alexander. Adotar este nome satisfaria meu ideal romântico. A ortografia atroz A-L-E-I-S-T-E-R foi sugerido como a forma correta pelo Primo Gregor, que deveria saber melhor. De qualquer modo, A-L-A-I-S-D-A-I-R cria um dátilo muito ruim. Por essas razões eu decidir ficar com meu pseudônimo presente — Eu não posso dizer que tenho certeza que facilitei o processo de ficar famoso com isso. Eu deveria ter feito isso sem dúvida, qualquer que tivesse sido o nome que eu escolhesse.[16]

Crowley passou bastante de seu tempo de universidade em seus passatempos, entre eles o alpinismo; ele iria em feriados para os Alpes todo ano de 1894 até 1898, e vários outros alpinistas que o conheciam nesse tempo o identificavam como "um alpinista prometedor, entretanto um tanto quanto errático".[17] Outro de seus passatempos era o de escrever poesia, algo que ele fazia desde os dez anos de idade, e em 1898 ele publicou privadamente cem cópias de um de seus poemas, Aceldama, mas não foi um sucesso em particular.[18] Apesar disso, no mesmo ano ele publicou uma série de outros poemas, o mais notável deles sendo White Stains (literalmente Manchas Brancas), uma obra erótica que tinha que ser impressa no exterior, em caso de haver problemas com as autoridades britânicas.[19] Um terceiro passatempo seu era o xadrez, e ele entrou no clube de xadrez da universidade, onde, segundo ele mais tarde descreve, derrotou o presidente do clube no seu primeiro ano e praticava duas horas por dia para se tornar um campeão — "Minha ambição mundana séria era a de se tornar o campeão mundial de xadrez."[20] Ele também relata ter derrotado os famosos jogadores de xadrez Joseph Henry Blackburne e Henry Bird e estar em seu caminho para se tornar um mestre no xadrez, até que ele visitou um importante torneio em 1897 em Berlim onde "Eu vi os mestres — um, velho, rabugento e cegueta; outro, de um jeito respeitoso de dizer seria malfeito; o terceiro, uma mera paródia da humanidade, e assim em diante para o resto. Essas eram as pessoas de qual a posição eu estava buscando. "Ali, mas pela graça de Deus, se vai Aleister Crowley", eu exclamava para mim com desgosto, e naquele momento eu fiz um voto de nunca mais jogar outra partida séria de xadrez."[21] Na universidade, ele também alegou manter um vida sexual vigorosa, da qual era grandemente conduzida com prostitutas e garotas que ele conhecia em bares e tabacarias.[22] Em 1897, Crowley conheceu um homem chamado Herbert Charles Pollitt, e posteriormente tiveram um relacionamento,[23] mas se separaram pois Pollitt não compartilhava dos interesses de Crowley no esoterismo. Como o próprio Crowley descreveu, "Eu disse pra ele francamente que eu tinha devotado minha vida a religião e que ele não se enquadrava no esquema. Agora eu vejo como eu fui imbecil, como terrivelmente errado e fraco é rejeitar qualquer parte da personalidade de uma pessoa."[24]
Foi em dezembro de 1896 que ele teve sua primeiro experiência religiosa significante da qual mais tarde ele afirma, "essa filosofia nasceu em mim."[25][26] A partir dessa experiência, Crowley começou a ler sobre ocultismo e misticismo, e no próximo ano, ele começou a ler livros de alquimistas e místicos, e livros em magia.[8] Em outubro uma breve doença lhe trouxe questões sobre a mortalidade e "a futilidade de toda atividade humana," ou pelo menos a futilidade da carreira diplomática que Crowley tinha anteriormente considerado[27] - ao invés ele decidiu devotar sua vida ao oculto. Em 1897 ele deixou Cambridge, sem conquistar diploma algum.

 A Aurora Dourada

Em 1898, Crowley estava de estadia em Zermatt, Suíça, onde ele encontrou o químico Julian L. Baker, e os dois começaram a falar sobre seus interesses em comum sobre alquimia. No seu retorno a Inglaterra, Baker apresentou Crowley a George Cecil Jones, um membro da sociedade oculta conhecida como Ordem Hermética da Aurora Dourada.[28] Crowley foi posteriormente iniciado na "Ordem Externa" da Aurora Dourada, no dia 18 de novembro de 1898, pelo líder do grupo, S. L. MacGregor Mathers.[29] A cerimônia foi realizada no Salão de Mark Mason em Londres, onde Crowley aceitou seu lema e seu nome mágico de Frater Perdurabo, significando "Eu devo resistir até o fim." Por volta desse mesmo tempo, ele se moveu de uma acomodação elegante no Hotel Cecil para o seu próprio apartamento de luxo em Chancery Lane. Ali, Crowley prepararia duas acomodações diferentes; uma para a prática de Magia Branca e outra para a prática de Magia Negra.[30] Pouco tempo depois ele convidou seu companheiro da Aurora Dourada, Allan Bennett, para viver com ele, e Bennett se tornou seu tutor pessoal, ensinando a ele mais sobre magia cerimonial e o uso de drogas para rituais.[31][32] Entretanto, em 1900, Bennett se mudou para Ceilão (Sri Lanka de hoje) para estudar Budismo,[33] enquanto em 1899 Crowley adquiriu Mansão Boleskine, em Foyers na margem do Lago Ness na Escócia. Ele desenvolveu um amor pela cultura escocesa, se descrevendo como "Senhorio de Boleskine" e começou a vestir o tradicional vestido das montanhas, até mesmo durante visitas de volta a Londres.[34] Entretanto, uma dissidência havia sido desenvolvida ao redor da Aurora Dourada, com MacGregor Mathers, o líder da organização, sendo deposto por um grupo de membros que estavam infelizes com seu regime autocrático. Crowley tinha inicialmente contatado esse grupo pedindo para ser iniciado em ordens superiores da Aurora Dourada, mas eles negaram a ele. Imperturbado, ele foi a MacGregor Mathers, que por uma grande quantia iniciou ele na Segunda Ordem.[35] Agora leal a Mathers, ele (com sua então amante e companheira iniciada, Elaine Simpson) tentaram ajudar a interromper a rebelião, e sem sucesso tentaram tomar o espaço de um local conhecido como a Abóbada de Rosenkreutz dos rebeldes.[36] Crowley também desenvolveu mais contendas pessoais com alguns dos membros da Aurora Dourada; ele não gostava do poeta W.B. Yeats, que tinha sido um dos rebeldes, pois Yeats não era particularmente favorável a um de seus poemas, Jephthat.[37] Ele também era antipático a Arthur Edward Waite, que despertava a ira de seus companheiros da Aurora Dourada com seu pedantismo.[38] Crowley defendia o ponto de vista que Waite era um chato pretensioso através de críticas aos escritos deles e editoriais das escritas de outros autores. Em seu periódico O Equinócio, Crowley intitulou uma de suas críticas de, "Wisdom While You Waite" (interpretado como Sabedoria Enquanto Você Espera, sendo Wait em inglês esperar), e sua nota sobre o falecimento de Waite tinha o título de, "Dead Waite" (interpretado como "Peso Morto", aproximando a pronúncia de "weight", que significa peso).

 Viagens ao redor do mundo

Enquanto isso, em 1900, Crowley tinha viajado ao México através dos Estados Unidos por uma veneta, onde ele pegou uma mulher local como sua amante, e junto com seu amigo Oscar Eckenstein foram escalar diversas montanhas, incluindo Ixtaccihuatl, Popocatepetl e até Colima, da qual a ultima tiveram que abandonar devido a uma erupção vulcânica.[39] Durante esse período Eckenstein revelou suas próprias tendências místicas. Crowley tinha continuado por si próprio experimentos mágicos após deixar Mathers, e seus registros indicam que durante esse tempo ele descobriu o significado da palavra Abrahadabra. Eckenstein disse a ele que precisava melhorar o controle de sua própria mente, e recomendou a prática de raja yoga.[40] Depois de deixar o México, um país do qual ele se tornara um grande apreciador, Crowley visitou São Francisco, Havaí, Japão, Hong Kong e Ceilão, onde ele se encontrou com Allan Bennett e se devotou ainda mais a ioga, na qual ele afirma ter alcançado o estado mental de dhyana. Foi durante esta visita que Bennett decidiu se tornar um monge budista da tradição Theravada, viajando à Burma, enquanto Crowley tinha ido a Índia, estudar várias práticas Hinduístas.[41] Em 1902, Eckenstein se juntou a ele na Índia com alguns outros alpinistas: Guy Knowles, H. Pfannl, V. Wesseley, e Dr Jules Jacot-Guillarmod. Juntos, a expedição Eckenstein-Crowley tentaram escalar o monte K2, que até então nenhum outro europeu tinha tentado escalar. Nessa jornada, Crowley se infectou com influenza, malária e cegueira de neve, enquanto os outros membros também estavam com doenças similares. Eles finalmente alcançaram os 20.000 pés de altura antes de decidirem retornar.[42] Ao retornar à Europa, ele visitou MacGregor Mathers em Paris, e apesar de terem sido amigos uma vez, os dois se separaram logo; Crowley afirmou que Mathers estava roubando dele enquanto ele esteve fora (ele posteriormente roubou os itens de volta), e como o biógrafo de Crowley John Symonds notou, ambos se consideravam os esoteristas superiores e se recusavam a se submeter ao outro.[43] Em 1903 Crowley se casou com Rose Edith Kelly, que era irmã de um amigo de Crowley, o pintor Gerard Kelly, em um casamento de conveniência. Entretanto, um pouco depois do casamento, Crowley se apaixonou de verdade por ela e começou a namorá-la. Gerard Kelly era de fato um grande amigo de W. Somerset Maugham, que mais tarde usaria Crowley como modelo para sua novela O Mágico, publicada em 1908.[44]

 O livro da Lei

O ano de 1904 foi capital para Crowley, o mistério que iria persegui-lo por toda a vida estava por se revelar, como dádiva e maldição. Ele já era um Magista competente, iniciado na Aurora Dourada, uma das mais importantes Ordens mágicas de todos os tempos.
Nesta época, Crowley estava viajando o mundo. Em março e abril ele estava no Cairo, Egito, em companhia de sua esposa, Rose Kelly. O casal se entregava às alegrias da viagem de núpcias, mas nem por isso Crowley deixava de ser um Mago. Ele faz uma invocação de elementais do ar para sua jovem esposa, e qual não foi a sua surpresa, ao invés dos silfos a mulher começa a balbuciar: Hórus falava através dela. O deus prescreve então uma série de detalhes para um ritual de invocação, o resultado deste Ritual se da nos dias 8, 9 e 10 de abril, nos quais Crowley recebe o Livro da Lei, um poderoso Grimório de instruções mágicas, a Lei da era de Aquário. Crowley se choca com o conteúdo do Livro, mas a força das revelações lá contidas, influenciando eventos históricos de magnitude gigantesca (Primeira e Segunda guerras mundiais, por exemplo), deixou fora de dúvida a veracidade, beleza e poder do Livro da Lei.
Ditado por uma entidade de nome Aiwaz (que mais tarde Crowley associou a seu Eu superior). Nele, a Lei da nova era é sintetizada na frase Faze o que tu queres há de ser o todo da Lei, e tem como contraponto e complemento Amor é a lei, amor sob Vontade. Facilmente poderíamos imaginar um paraíso da libertinagem, mas a vasta obra de Crowley nos mostra que liberdade sim, mas com conhecimento, em suas próprias palavras:
O tolo bebe, e se embebeda: o covarde não bebe. O homem sábio, bravo e livre, bebe, e dá glórias ao Mais Alto Deus.

 Morte

Seus últimos anos, a partir de 1945, vividos em Hastings, onde uma série de novos discípulos continuam recebendo instruções. E assim Kenneth Grant, John Symonds, Grady McMurty, conhecem-no. Desta época, vem sua última obra, consistindo numa coletânea de cartas dirigidas a uma jovem discípula, que foram publicadas bem mais tarde, após a sua morte, como Magick Without Tears.[45]
No primeiro dia de dezembro de 1947, aos 72 anos, Aleister Crowley, serenamente segundo alguns, exultante segundo outros, e ainda perplexo, segundo um biografo, falece, vítima de bronquite crônica e complicações cardíacas.[46][47]
Quatro dias depois, no crematório de Brighton, é realizada a cerimônia que ficou conhecida como "O Último Ritual",[46] com a leitura de trechos da Missa Gnóstica, e de seu famoso Hino, a Pã.

 Influência no rock

Socialmente, Crowley se tornou conhecido devido as referências feitas a ele no rock n' roll dos anos de 1960 e 1970, pelas bandas Led Zeppelin, Rolling Stones, Iron Maiden, The Beatles e Black Sabbath, e pelos cantores Bruce Dickinson, Ozzy Osbourne, David Bowie, Raul Seixas e John Frusciante.
Os primeiros a citar Crowley em sua obra foram os Beatles. Por serem britânicos, os quatro membros da banda acreditaram que Crowley era uma personalidade influente o bastante para ser colocado na capa do disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Isso possibilitou que os próximos artistas tivessem conhecimento da obra de Crowley, que fazia uma boa combinação com a rebeldia e o anarquismo promovidos pelo rock n' roll.
O cantor e compositor brasileiro Raul Seixas foi um grande divulgador e seguidor da obra de Aleister Crowley. Suas principais canções sobre Crowley e a Thelema são "Sociedade Alternativa", "Novo Aeon", "Loteria de Babilônia" e "A Lei".
Uma das principais e provavelmente a mais explicita referência musical é a canção "Mr. Crowley" do cantor britânico Ozzy Osbourne. "Mr. Crowley" foi lançada no álbum Blizzard of Ozz, de 1980.

 TV

Seu nome é citado na série Supernatural exibido pela Warner Channel. Há o demônio de olhos brancos denominado Alastair; e o atual Rei do Inferno, Crowley. Todavia, não há indícios no seriado que qualquer um deles eles SEJA de fato Aleister Crowley. Ele inicialmente é um dos antagonistas do anime e mangá D.Gray Man, mas logo se torna um membro da Ordem Negra, instituição responsável pelo combate ao Conde do Milênio - Principal antagonista das séries. Seu personagem é um vampiro.

Peggy Nadramia

Peggy Nadramia é uma editora de revistas estadunidense e dirigente da Igreja de Satã, da qual ela é a atual Grande Sacerdotisa, cargo pelo qual é denominada Magistra Nadramia.
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Nadramia tornou-se Grande Sacerdotisa em 30 de abril de 2002, quando foi indicada pela Grande sacerdotisa anterior, Blanche Barton. Desde maio de 2001, ela havia sido Magistra Templi Rex da Igreja[1].

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 História

Nadramia nasceu em Nova York e cresceu na região de Hell's Kitchen. Na década de 1970, seus pais mudaram-se da cidade que sofria com altas taxas de criminalidade. No ensino médio, ela conheceu Peter Gilmore que lhe apresentou a Bíblia Satânica e, a partir daí, passou a considerar-se uma satanista.
Juntos, Nadramia e Gilmore voltaram à Nova York para freqüentar a universidade. Durante sua graduação, no início dos anos 1980, casaram-se e filiaram-se oficialmente à Igreja de Satã.
Em 1985, Nadramia fundou a revista de terror Grue, a qual ela co-edita com o marido. O World Fantasy Awards deu à Nadramia um Prêmio Especial por Grue em 1990.
Nadramia e Gilmore fundaram a revista satanista The Black Flame em 1989, a qual tornou-se de facto o periódico oficial satanista. Nadramia escreveu a introdução da edição atual do livro The Satanic Witch de Anton LaVey.

 Obras

  • Narcopolis & Other Poems, editado por Peggy Nadramia (Hell's Kitchen Productions, ISBN 0-9623286-1-8, Nov. 1989); uma antologia de poesia macabra ilustrada por vários artistas.

Baphomet

Baphomet ou Bafomé é uma figura, supostamente um ídolo mas que não de forma explicita, que é referida no processo condenatório contra os templários e cuja representação mais conhecida é devido às divagações escritas pelo ocultista Eliphas Levi.
Muito embora várias tenham sido as suas supostas representações, a única possível imagem de Baphomet encontrada em um santuário templário consta de uma cabeça humana com três ou quatro faces, cada uma representando uma face de Deus ou de Hermes, como está no Convento de Cristo de Tomar. Hoje sabe-se que a figura do bode de Mêndes, a qual Eliphas Levi atribuiu o "posto" de Baphomet, não passa de uma figura ocultista que nada tem a ver com o Baphomet Templário.


A História Do Baphomet
A história em torno do Baphomet foi intimamente relacionada com a da Ordem dos Templários, pelo Rei Filipe IV de França e com apoio do Papa Clemente V, ambos com o intuito de desmoralizar a Ordem, pois o primeiro era seu grande devedor e o segundo queria revogar o tratado que isentava os Cavaleiros Templários de pagar taxas à Igreja Católica.
A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, também conhecida como Ordem do Templo, foi fundada no ano de 1118. O objetivo dos cavaleiros templários era supostamente proteger os peregrinos em seu caminho para a Terra Santa. Eles receberam como área para sua sede o território que corresponde ao Templo de Salomão, em Jerusalém, e daí a origem do nome da Ordem.
Segundo a história, os Cavaleiros tornaram-se poderosos e ricos, mais que os soberanos da época. Segundo a lenda, eles teriam encontrado no território que receberam documentos e tesouros que os tornaram poderosos. Segundo alguns, eles ficaram com a tutela do Santo Graal dentre outros tesouros da tradição católica.
Em 13 de outubro de 1307, sob as ordens de Felipe, o Belo e com a conivência do Papa Clemente V, os cavaleiros foram presos, torturados e condenados à fogueira, acusados de diversas heresias.
O rei francês, nessa altura, acusava os templários de adorarem o diabo na figura do que eles chamavam Baphomet (a partir daí criou-se a crença de um demônio chifrudo), de cuspir na cruz, e de praticar rituais de cunho sexual, inclusive práticas homossexuais aberrante (embasado no símbolo da Ordem, que era representado por dois Cavaleiros usando o mesmo cavalo). O Baphomet tornou-se o bode expiatório da condenação da Ordem pela Igreja Católica e da morte de templários na fogueira que se seguiu a isto.

Etmologia

Não existe consenso quanto a etmologia da palavra "Baphomet". Segundo o arqueólogo austríaco Joseph von Hammer-Purgstall, um não simpatizante do ideal templário e que em 1816 escrevera um tratado intitulado Mysterium Baphometis Revelatum, sobre os alegados mistérios dos Cavaleiros e do Baphomet, a expressão proviria da união de dois vocábulos gregos, "Baphe" e "Metis", significando "Batismo de Sabedoria". A partir desta conjectura, Von Hammer especula a respeito da possibilidade da existência de rituais de iniciação, onde haveria a admissão aos mistérios e aos segredos cultuados pela Ordem do Templo.[1][2]
A origem da palavra Baphomet ficou perdida, e muitas especulações podem ser feitas, desde uma composição do nome de três deuses: Baph, que seria ligado ao deus Baal; Pho, que derivaria do deus Moloch; e Met, advindo de um deus dos egípcios, Set. Outra teoria nos leva a uma corruptela de Muhammad (Maomé - o nome do profeta do Islã), até Baph+Metis do grego "Batismo de Sabedoria".
A palavra "Baphomet" em hebraico é como segue: Beth-Pe-Vav-Mem-Taf. Aplicando-se a cifra Atbash (método de codificação usado pelos Cabalistas judeus), obtém-se Shin-Vav-Pe-Yod-Aleph, que soletra-se Sophia, palavra grega para "sabedoria".
Todavia ainda existem fontes que afirmam uma outra origem do termo. Segundo alguns, o nome veio da expressão grega Baph-Metra( mãe-Metra ou Meter-submersa; Baph-em sangue. Ou seja, a Mãe de sangue, ou a Mãe sinistra). Grande parte dos historiadores que afirmam essa versão se baseiam no fato que o culto à cabeça está relacionada com conjurações de entidades femininas.
Teorizou-se simbolicamente que o Baphomet é fálico, haja vista que em uma de suas míticas representações há a presença literal do falo devidamente inserido em um vaso (símbolo claro da vulva).
Há também quem tenha inclusive ventilado que a figura do Baphomet estava relacionada com as virgens que apresentavam anomalias em seus bustos. E que as virgens de 3 mamilos e as virgens de apenas 1 seio eram tatuadas com a cabeça do Baphomet para que nenhum homem pudesse tocá-las. Diziam que as mulheres com tais anomalias genéticas eram amaldiçoadas.
Baphomet Por Eliphas Levi
Eliphas Levi lista as mais frequentes representações do Baphomet:
  1. um ídolo com cabeça humana;
  2. uma cabeça com duas faces;
  3. com barba;
  4. sem barba;
  5. com a cabeça de um bode;
  6. com a cabeça de um homem;
  7. com a cabeça de um bode e o corpo de homem;
Na classificação e explicação das gravuras de seu livro Dogma e Ritual da Alta Magia, Eliphas Levi classifica a imagem de Baphomet como a figura panteística e mágica do absoluto.
  • O facho representa a inteligência equilibrante do ternário.
  • A cabeça de bode, reunindo caracteres de cão, touro e burro, representa a responsabilidade apenas da matéria e a expiação corporal dos pecados.
  • As mãos humanas mostram a santidade do trabalho e fazem o sinal da iniciação esotérica a indicar o antigo aforismo de Hermes Trismegisto (em uma posição muito semelhante a representações de Shiva na Índia): "o que está em cima é igual ao que está embaixo". O sinal com as mãos também vem a recomendar aos iniciados nas artes ocultas os mistérios.
Pode ser também ser interpretado em seu aspecto metafísico, onde pode representar o espírito divino que "ligou o Céu e a Terra", tema recorrente na literatura esotérica.
  • Os crescentes lunares presentes na figura indicam as relações entre o bem e o mal, da misericórdia e da justiça.
  • Possuindo seios, o bode representa o papel de trazer à Humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, os quais são signos redentores.
  • O pênis é metaforicamente representado por um Caduceu. Este tipo de simbologia sexual aparece com freqüência na alquimia (o coito do rei e da rainha), com a qual o ocultismo tem relação.
  • Na fronte e embaixo do facho encontra-se o signo do microcosmo a representar simbolicamente a inteligência humana.
  • Colocado abaixo do facho o símbolo faz da chama dele uma imagem da revelação divina. * Baphomet deve estar assentado ou em um cubo e tendo como estrado uma bola apenas ou uma bola e um escabelo triangular.
  • A figura pode ser colorida no ventre (verde), no semicírculo (azul) e nas penas (diversas cores).
Baphomet Na Mídia

A Igreja De Satã

A Igreja de Satã (Inglês: Church of Satan) foi a primeira organização religiosa abertamente satânica, fundada por Anton Szandor LaVey, intitulado pelos seus seguidores como "O Papa Negro". Grupos satanistas já existiam nos Estados Unidos e no Reino Unido em 1950, mas foi em 30 de abril de 1966, quando LaVey anunciou a criação da Igreja, que foi reconhecida a primeira organização religiosa dedicada às filosofias satânicas. É provável que o nome Igreja de Satã tenha sido adotado como forma de causar impacto e chamar a atenção da imprensa, bem como a realização das Missas Satânicas, que eram paródias das missas cristãs e voltadas à sociedade de Hollywood. Também há a crença de que, além da provocação, o nome tenha sido escolhido por representar o não-espiritual, a carne e também o homem-deus (auto-realizado). O Satanismo de LaVey é em sua essência uma filosofia humanista e anticristã, principalmente em relação à repressão sexual e ao sentimento de culpa cristão.
O satanismo não prega o culto a Satã como o demônio descrito pelas religiões monoteístas, mas sim por seu significado. A palavra Satã significa "adversário" e foi adotada pelos satanistas como meio de representar a oposição aos dogmas cristãos estabelecidos.

Satanismo Teísta

O Satanismo Teísta — também conhecido como Satanismo Tradicional ou Satanismo Espiritual —, é uma forma de Satanismo onde a crença primária é a de que Satã é de fato uma deidade ou força a ser reverenciada ou adorada.[1] Outras características do Satanismo Teísta podem incluir a crença em magia manipulada através de ritual, embora esta não seja um critério de definição, podendo somente a adoração ser praticada. Diferentemente do Satanismo LaVeyano, fundado por Anton LaVey em 1966, o Satanismo Teísta se opõe ao Ateísmo, e crê que Satã é uma divindade real, e não puramente um símbolo de individualismo. O Satanismo dito Tradicional (ou Teísta) é contraditório, pois ocorre geralmente como uma inversão de uma religião. Na maioria das vezes, o cristianismo. Essa forma de Satanismo foi criada pela própria Igreja Católica na Idade Média para amedrontar as pessoas, demonizar outras formas de pensamento e religião e servir para acusações na Santa Inquisição. Por incrível que pareça, esta vertente do Satanismo possui vários adpetos, geralmente leigos sobre ocultismo, pelo mundo todo. Algumas correntes de Satanismo Teísta mudam um pouco a concepção de Deus e Diabo, mas não deixam de beber da mesma fonte ideológica de seus antecessores.
O selo de Lúcifer, usado como símbolo por alguns satanistas teístas

O Satanismo LaVey

O Satanismo LaVeyano ou Satanismo de LaVey foi fundado em 1966 por Anton LaVey. Sua crença se baseia na idéia de que Satã é um arquétipo(e não um ser) positivo. Seus ensinamentos também são baseados no individualismo, na auto-indulgência e na moral da lei de talião, com influências dos rituais e cerimônias do ocultista Aleister Crowley e dos filósofos Friedrich Nietzsche e Ayn Rand. Empregando a terminologia de Crowley, os praticantes definem o Satanismo como o "Caminho da Mão Esquerda", religiosa e filosoficamente, rejeitando o tradicional "Caminho da Mão Direita" de religiões como o Cristianismo por sua percepção da negação da vida e ênfase na culpa e na abstinência. Diferentemente do Satanismo Teísta, o Satanismo LaVeyano não envolve nenhum tipo de adoração, usando "Satã" como um símbolo dos valores carnais e terrenos, inerentes à natureza humana.[1]
Anton LaVey fundou a primeira e maior organização de suporte religioso, a Church of Satan (Igreja de Satã) em 1966, e escreveu as crenças e práticas satanistas publicadas sob o título de The Satanic Bible (A Bíblia Satânica) em 1969. De acordo com a Igreja de Satã, há muitos satanistas pelo mundo, incluindo membros e também não-membros. Ela rejeita a legitimidade de quaisquer outras organizações de satanistas, chamando-os de cristãos-reversos e pseudo-satanistas. Embora o número exato de membros nunca tenha sido divulgado, estima-se que o número esteja em torno das dezenas de milhares.[2]

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História
Na Noite de Santa Valburga de 1966, Anton Szandor LaVey iniciou a Igreja de Satã. Ele já havia promovido eventos de leitura em sua mansão, conhecida como Black House, cobrando dois dólares para a entrada. Com seus associados mais próximos, ele formou a "Magic Circle", onde era executada magia cerimonial. Foi sugerido a LaVey que ele já tinha acumulado material e experiência suficiente para iniciar uma religião organizada.[3]
A Igreja de Satã atraiu grande publicidade. Seu uso de mulheres nuas nos altares e performances de casamentos satanistas e serviços funerais trouxe grande atenção para a organização. Anton LaVey raspou sua cabeça e passou a usar um colar simbólico, às vezes chegando a usar chifres para completar sua imagem do demônio. Sua personalidade extravagante atraiu muitos seguidores e admiradores.[4][5]
Em 1969, LaVey publicou The Satanic Bible (A Bíblia Satânica) que, até os dias de hoje, continua sendo a leitura mais definitiva sobre o assunto do Satanismo LaVeyano, descrevendo os conceitos básicos, a filosofia e os rituais da religião. Um livro complementar, The Satanic Rituals (Os Rituais Satânicos), publicado em 1972, apresenta uma série de rituais associados ao Satanismo através dos tempos, mas não necessariamente ligados às crenças satanistas. LaVey também lançou outro livro para expandir sua ideologia, o The Satanic Witch (A Bruxa Satânica), antes publicado como The Compleat Witch (A Bruxa Habilidosa), e dois ensaios: The Devil's Notebook (O Caderno do Demônio) e Satan Speaks! (Satã Fala!).[6]
Desde a sua criação, muitos indivíduos tentaram recriar o sucesso de LaVey fundando novas organizações clamando ser o "verdadeiro" Satanismo, mas a maioria teve existência curta e acabou caindo no esquecimento.[7] Alguns, entretanto, acabaram conseguindo sucesso, provavelmente por seus fundadores terem tido uma forte ligação com a Igreja de Satã no passado. As razões para o rompimento com LaVey citadas foram diferenças ideológicas ou a comercialização da instituição, e a busca por uma elitização e obscuridade anteriormente existentes. Um exemplo notável é a formação do Templo de Set em 1975 por Michael Aquino, ex-membro da Igreja de Satã, que citou discordância com o ateísmo de LaVey.[8] Aquino acreditava numa divindade viva, que ele dizia ser Set.
A outra grande organização ligada à ideologia LaVeyana é a First Satanic Church (Primeira Igreja Satânica), fundada em 1999 pela filha de Anton LaVey, Karla LaVey. Ela argumenta que, após a morte do pai, a Igreja se distanciou de seu modus operandi original, tornando-se uma máquina com fins comerciais. Assim, a Primeira Igreja Satânica é considerada uma re-fundação da original.
Hoje a Igreja de Satã ainda é vista como a representação de facto do Satanismo LaVeyano aos olhos do público, e novas publicações continuam a ser lançadas aplicando a filosofia satanista a tópicos contemporâneos.[6][9]

 Crenças

Em A Bíblia Satânica, Anton LaVey descreve Satã como uma força motivadora e balanceadora na natureza. Satã também é descrito como "A Chama Negra", representando a personalidade e os desejos mais íntimos da pessoa. Satã é visto como um sinônimo da natureza e, metaforicamente, com certos conceitos de um deus ou divindade suprema. Em seu mais importante ensaio, Satanism: The Feared Religion (Satanismo: A Religião Temida), o atual líder da Igreja de Satã, Peter H. Gilmore, afirma:[10]
Cquote1.svgOs satanistas não acreditam no sobrenatural, nem em Deus e nem no Demônio. Para o satanista, ele é seu próprio Deus. Satã um símbolo do homem vivendo da forma como dita sua natureza carnal e magnífica. A realidade por trás de Satã é simplesmente a força obscura e evolucionária da entropia que permeia toda a natureza e dá os meios para a sobrevivência e propagação inerente a todas as coisas vivas. Satã não é uma entidade consciente a ser adorada, mas uma reserva de poder dentro de cada ser humano para ser tomada à vontade. Assim, qualquer conceito de sacrifício é rejeitado como uma aberração cristã — no Satanismo não há divindades por quais se sacrificar.Cquote2.svg

Satã é citado como tendo aparecido na mitologia e na literatura pelo mundo como um trickster, um rebelde e uma figura procurando a destruição ou a escravidão do homem. Figuras como o grego Prometeus são tidas como perfeito exemplo das qualidades de Satã, o rebelde orgulhoso.[11] Satã é visto como um indivíduo poderoso que age não se importando com o que os outros possam dizer. Ainda, a palavra satã vem do hebraico "adversário" ou "acusador" (ha-satan). Assim, combinando a tradicional imagem de rebeldia associada a Satã e outras divindades relacionadas, juntamente com o aspecto etimológico da palavra em si, os satanistas clamam ser adversários do comportamento de massa que eles definem como comportamento de manada, vendo-o como um entrave à individualidade, criatividade e progresso.[12]
Os satanistas não acreditam que Satã seja um deus; ao invés disso, a função de Deus é executada e satisfeita pelo próprio satanista, ou seja, toda a necessidade de adoração, rituais e foco religioso ou espiritual é dirigida, efetivamente, para o próprio satanista, em oposição ao direcionamento a um deus externo.
LaVey propõe que todos os deuses foram criação dos humanos, e não o contrário, e que dessa forma a adoração de uma divindade acaba sendo a adoração do próprio ser humano. Ele sugere que os satanistas racionais internalizem seus deuses e adorem a si próprios, daí a máxima satanista, "eu sou meu próprio deus".[13]
O Satanismo LaVeyano deliberadamente evita a adoração de quaisquer divindades. A crença em tais divindades externas é geralmente tida como fator de exclusão de alguém como satanista e, particularmente, a adoração da figura do Demônio é considerada simplesmente uma variação do Cristianismo com seus valores invertidos, com seus praticantes devendo ser chamados de "adoradores do Demônio", e não satanistas.[9]

[editar] Filosofia

[editar] Individualismo fundamental

O Satanismo é muitas vezes confundido com uma religião que encoraja a crueldade e o comportamento irresponsável, mas o Satanismo LaVeyano se opõe a tais atitudes, embora, à primeira vista, pareça promover a violência em certas situações, como na citação:
Cquote1.svgAo caminhar em território aberto, não incomode ninguém.
Se alguém lhe incomoda, peça-lhe que pare.
Se ele não parar, destrua-o.
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Tais afirmações são geralmente consideradas como sendo violência intelectual ou emocional, ao invés de violência física propriamente dita. A idéia central é que um indivíduo deve reforçar seu próprio significado na vida e se colocar acima do conformismo das massas. O satanista é visto como o equivalente do Übermensch do filósofo alemão Friedrich Nietzsche; LaVey dizia que "os satanistas assim o nascem, não são fabricados", e que "os satanistas têm uma doença chamada independência, que precisa ser encarada da mesma forma que o alcoolismo". Há fortes elementos progressistas e libertários; a diversidade é encorajada, espera-se que cada um descubra sua própria sexualidade, tome consciência de sua própria personalidade e decida suas ambições na vida. Por tal esforço de individualismo, o Satanismo é considerado uma religião do "Caminho da Mão Esquerda".

[editar] Satanismo e auto-transformação

Aderentes a religiões de negação da vida são muitas vezes tidos como auto-abnegados em sua devoção à sua própria servilidade. Os adeptos do Satanismo LaVeyano veem a religião como uma promoção ao relacionamento impessoal com o que as igrejas costumam chamar de "Deus". O Satanismo apresenta uma oportunidade de auto-identidade com o conceito de "Deus" definido pelo próprio indivíduo. Foi dada grande atenção a detalhes de film noir como White Heat e The Big Sleep ao se criar o ideal de auto-identidade baseado em formas deliberadamente pessoais. O Satanismo encoraja o seguidor da religião a crescer através de sua vida e perceber como ele vai se adequando a ela.

[editar] Virtuosidade satanista

A lei de talião serviu fortemente de base para a formulação do Satanismo LaVeyano. "Trate os outros como eles lhe tratam" suplantou a diretiva "trate os outros da forma que gostaria de ser tratado", de forma que você só mostra compaixão e piedade àqueles que as mereçam. É uma regra reativa, se comparada à regra proativa do Cristianismo; pela regra, amor, compaixão e simpatia não são desperdiçadas em ingratos; estes são dados apenas aos que o praticante considera merecedores. A religião do Satanismo, da forma exposta por LaVey, é centrada quase que exclusivamente sobre o conceito de ser seu próprio deus; assim, valores e aquisições como amor, afeição e carinho, juntamente com os conceitos opostos como ódio e desprezo, devem ser disseminados a critério do indivíduo satanista. Desta forma, é responsabilidade do invidíduo (e não de um deus, ou falta de alguma entidade maligna) tanto justificar quanto aceitar as consequências de suas ações. LaVey sentia que pessoas fortes e inteligentes desperdiçavam muito tempo em vampiros espirituais — indivíduos fracos que sempre demandavam atenção e cuidado, sem nunca dar nada em troca. Ele ensinou aos satanistas que deve-se manter distância tanto quando possível dessas pessoas de forma a se viver de acordo com seus instintos e vontades individuais.

[editar] As Nove Declarações Satânicas

(Retiradas da Bíblia Satânica)
  1. Satã representa indulgência ao invés de abstinência!
  2. Satã representa a existência vital ao invés de sonhos espirituais fantasiosos!
  3. Satã representa sabedoria pura ao invés de auto-ilusão hipócrita!
  4. Satã representa bondade para quem a merece ao invés de amor desperdiçado aos ingratos!
  5. Satã representa vingança ao invés de virar a outra face!
  6. Satã representa responsabilidade para o responsável ao invés de dar atenção a vampiros espirituais!
  7. Satã representa o homem como outro animal, algumas vezes melhor, mas geralmente pior do que aqueles que caminham sobre quatro patas, e que, por causa de seu "desenvolvimento espiritual e intelectual", tornou-se o animal mais maligno de todos!
  8. Satã representa todos os chamados pecados, desde que eles levem à gratificação física, mental ou emocional!
  9. Satã tem sido o melhor amigo que a Igreja já teve, já que é ele que a tem mantido no mercado por todos esses anos![14]

[editar] As Onze Regras Satânicas da Terra

(Retiradas da Bíblia Satânica)
  1. Não dê opiniões ou conselhos a menos que alguém os peça.
  2. Não conte seus problemas aos outros a menos que você esteja certo de que eles estão dispostos a ouvi-los.
  3. Quando no lar de alguém, demonstre respeito, caso contrário não vá lá.
  4. Se um convidado em seu lar lhe irrita, trate-o com crueldade e sem piedade.
  5. Não avance sexualmente a menos que lhe seja dado um sinal positivo.
  6. Não pegue algo que não lhe pertença, a menos que seja um fardo para a outra pessoa e ela peça para ser livrada dele.
  7. Esteja ciente do poder da mágica se você a empregou com sucesso para obter seus desejos. Se você negar o poder da mágica após tê-la utilizado, perderá tudo o que obteve.
  8. Não reclame de nenhuma coisa para a qual não precise se sujeitar.
  9. Não faça mal a crianças pequenas.
  10. Não mate animais não-humanos a menos que seja atacado, ou para comer.
  11. Ao andar em território aberto, não perturbe ninguém. Se alguém lhe perturbar, peça para parar. Se ele não parar, destrua-o.[15]

[editar] Os Nove Pecados Satânicos

(Retiradas da Bíblia Satânica)
  1. Estupidez — Está no topo da lista dos pecados satânicos, sendo o principal pecado do Satanismo. É uma pena a estupidez não ser dolorosa. Uma coisa é ignorância, mas nossa sociedade incentiva a estupidez. Isso tem a ver com as pessoas indo onde quer que lhes é dito para ir. A mídia promove a estupidez como uma postura cultivada que não só é aceitável, como é louvável. Os satanistas precisam aprender a enxergar através do que lhes é dito e não concordarem em agirem como estúpidos.
  2. Pretensão — Uma postura vazia pode ser muito irritante e não aplica as principais regras da Magia Inferior. Está em pé de igualdade com a estupidez por manter o dinheiro circulando nos dias de hoje. Cada um é levado a se sentir como um fardo pesado, tendo dinheiro ou não.
  3. Solipsismo — Projetar suas reações, respostas e sensibilidades em alguém é provavelmente bem menos responsável que você pode ser muito perigoso para os satanistas. É o erro de esperar que as pessoas lhe deem a mesma consideração, cortesia e respeito que você naturalmente as dá. Elas não darão. Ao invés disso, os satanistas precisam concentrar suas energias para aplicar o ditado "faça com os outros o que eles fazem com você". Dá trabalho para a maioria de nós e requer constante vigilância, mas lhe tira a ilusão confortável de que todos são como você. Como dito, certas utopias seriam ideais em uma nação de filósofos, mas infelizmente (ou talvez felizmente, de um ponto de vista maquiavélico) estamos bem distantes disso.
  4. Auto-ilusão — Consta nas "Nove Declarações Satânicas", mas merece ser repetido aqui. É outro pecado principal. Não podemos nos curvar a quaisquer das vacas sagradas que nos são apresentadas, incluindo os papéis que esperamos desempenhar. A única ocasião onde a auto-ilusão é bem-vinda é por diversão, e com cuidado. Mas neste caso, não é auto-ilusão!
  5. Conformismo de massa — É óbvio do ponto de vista satanista. Não há problema com os desejos de alguém, desde que eles os beneficie. Mas apenas os tolos seguem o bando, deixando uma entidade impessoal lhe dizer o que fazer. A chave é escolher um mestre sabiamente, ao invés de ser escravizado pelos caprichos de muitos.
  6. Falta de perspectiva — Novamente, esta pode trazer grande dor para o satanista. Você jamais deve perder a visão de quem e o que você é, e que ameaça pode ser, por sua própria existência. Estamos fazendo história agora e a todo momento, todos os dias. Sempre tente manter uma ampla visão histórica e social na mente. Esta é uma importante chave tanto para a Magia Inferior quanto para a Magia Superior. Veja os padrões e encaixe as coisas se você quer que as peças fiquem em seus devidos lugares. Não se abale pelas impressões da massa: tenha consciência de que você está trabalhando em um outro nível, além do resto do mundo.
  7. Negligência da ortodoxia do passado — Esteja alertado que esta é uma das chaves para a lavagem cerebral das pessoas de modo a aceitar algo diferente e novo, quando na realidade é algo que já foi aceito mas agora é apresentado numa nova embalagem. Deliramos com a genialidade do suposto criador e esquecemos do original. Isto forma a sociedade alienada.
  8. Orgulho contraprodutivo — Esta segunda palavra é importante. Orgulho é bom até a hora em que você começa a jogar o bebê fora junto com a água da banheira. A regra do Satanismo é: se funciona para você, ótimo. Quando para de funcionar para você, quando você está no canto da parede e a única saída é dizer "sinto muito, cometi um erro, desejo que possamos nos ajustar de algum modo", então o faça.
  9. Falta de estética — Esta é a aplicação física do fator de balanceamento. Estética é importante na Magia Inferior e deve ser cultivada. É óbvio que ninguém pode ganhar dinheiro fora dos padrões clássicos de beleza e forma na maior parte do tempo, sendo assim desencorajados na sociedade consumista; mas uma atenção para a beleza, para o balanceamento, é uma ferramenta satanista essencial e precisa ser aplicada para a maior eficácia mágica. Não é o que é supostamente prazeroso: é o que realmente é. Estética é algo pessoal, reflete a natureza individual, mas existem configurações universalmente agradáveis e harmoniosas que não devem ser negadas.[16]

[editar] Magia

Magia, tal qual praticada no Satanismo LaVeyano, é definida no Livro de Belial da Bíblia Satânica, como "a mudança de situações ou eventos em acordância com a vontade do indivíduo que, usando métodos aceitos normalmente, seriam imutáveis". Esta definição incorpora dois tipos de mágica largamente distintos: Inferior (manipulativa e situacional) e Superior (ritual e cerimonial). O Satanismo LaVeyano, entretanto, não descreve a magia moralmente, discernindo a variedade "branca" (boa) de "negra" (maligna). Tal neutralidade está relacionada ao ponto de vista filosófico de Anton LaVey, de um universo pessoal e amoral.[17]

[editar] Magia Inferior

A Magia Inferior é um sistema de manipulação que incorpora um ou mais dos três temas psicológicos principais: sexo, sentimento e admiração. O primeiro tema é auto-explicativo — sedução sexual é o principal caminho seguido; o termo "sentimento" refere-se a idéias ou impressões de inocência ou aquelas que inspirem contentamento, compaixão ou que agrade; e "admiração" na maioria das vezes denota ideias de austeridade e respeito ou impressões que provoquem medo ou submissão da outra parte. Os temas podem ser combinados, quando apropriado, para multiplicar o impacto psicológico ao aumentar o número de respostas emocionais simultâneas do recipiente. Para construir suas teorias da Magia Inferior, Anton LaVey parece ter se inspirado, ao menos em parte, de The Command to Look, do fotógrafo William Mortensen, capitalizando suas estratégias, e incentivando o praticante do Satanismo a expandir quaisquer um dos três grandes temas que ele naturalmente exiba.
LaVey posteriormente expandiu seu sistema de manipulação no The Satanic Witch. O livro foi escrito da perspectiva de uma mulher porque LaVey acreditava que as mulheres poderiam aplicar suas teorias mais efetivamente, mas o livro também se aplica a homens. Ele relaciona ideias trabalhadas da observação de proprietários de parques e de manipuladores de rodas da fortuna na manipulação dos consumidores. The Satanic Witch também propõe o LaVey Synthesizer Clock (Relógio Sintetizador de LaVey), uma forma de somatotipia que adiciona um quarto tipo corporal, o "feminino". O sintetizador é usado na identificação da personalidade de modo a saber a melhor maneira de manipular uma pessoa através das características geralmente associadas com seus tipos e a que LaVey se referia como suas personalidades "demoníacas", ou seu oposto no relógio.

[editar] Magia Superior

A Magia Superior envolve ritual e cerimônia de modo a focar a energia emocional para um propósito específico. O ritual satanista varia enormemente, com o formato básico descrito na Bíblia Satânica. Os satanistas são encorajados a usar quaisquer meios que se encaixem em suas necessidades psicológicas e emocionais para levar o trabalho a um clímax de exaustão completa. Note-se que a Igreja de Satã afirma que o conhecimento da Magia Inferior contribui para o conhecimento da Magia Superior.
O ritual do Satanismo LaVeyano é chamado de "câmara de descompressão intelectual". O planejamento cuidadoso da forma do ritual de acordo com considerações racionais de quais significados e meios serão usados é executada antes do início dos rituais; durante o ritual, o ceticismo e a descrença são voluntariamente suspensos, permitindo aos magos expressar totalmente suas necessidades e frustrações sexuais ou emocionais, focando em nada além de seus sentimentos verdadeiros e profundos. Também é dito que no Satanismo compreende-se que a Magia Superior funciona melhor num grupo pequeno e comprometido, do que num grupo grande e que se distrai facilmente.
A Magia Superior, da mesma forma que a Inferior, emprega um ou mais de um dos grandes temas psicoemotivos: luxúria (sexo), compaixão (sentimento) e destruição (admiração). LaVey disserta sobre os métodos de forma a focar nessas motivações. Rituais de luxúria podem envolver masturbação, tendo o orgasmo como objetivo. Rituais de compaixão são direcionados a evocar piedade ou tristeza, e o choro é fortemente encorajado. Rituais de destruição envolvem a aniquilação simbólica de um inimigo com alguma representação física, que é envolvida e destruída no ritual com algum tipo de esmagamento, despedaçamento ou fogo. A Magia Superior também lembra a inferior pela possibilidade de combinar mais de um dos três grandes temas emocionais, quando apropriado, de forma a maximizar o sucesso do trabalho. Em quaisquer dos casos, a auto-expressão completa e à exaustão é encorajada para o sucesso do ritual satanista.
É dada grande ênfase na evocação e na música. A última parte da Bíblia Satânica é dedicada a invocações e às dezenove Chaves Enoquianas, originalmente escritas por John Dee. A música é encorajada porque é tida como facilitadora da manipulação de emoções, o que contribui para o sucesso dos rituais, fortemente atrelados à expressão emocional.

[editar] A missa negra

A "missa negra", uma oposição simbólica à igreja usada no passado, não é mais usada pelos satanistas, conforme Anton LaVey explicou em uma entrevista para a Occult America.[18] Ele não deu continuidade às dramatizações executadas nas missas negras originais. "Aquilo", ele explicou, "eram psicodramas na época em que as pessoas precisavam deles. Eles expressavam sua oposição, sua rebelião contra a igreja estabelecida. Nossos rituais foram subitamente modificados para expressar as necessidades de nossa era em particular."
Anton LaVey escreveu na Bíblia Satânica, no capítulo do Livro de Lúcifer intitulado "Missa Negra":
Cquote1.svgGeralmente assume-se que a cerimônia ou serviço satanista é sempre chamado de missa negra. Uma missa negra não é uma cerimônia mágica praticada pelos satanistas. O satanista veria uma missa negra como uma espécie de psicodrama. Mais ainda, uma missa negra não necessariamente implica somente em praticantes satanistas. Uma missa negra é essencialmente uma paródia do serviço religioso da Igreja Católica Romana, mas pode vagamente ser vista como uma sátira a qualquer outra cerimônia religiosa.Cquote2.svg
Anton LaVey

LaVey chegou mesmo a considerar a missa negra uma redundância, e comumente comete-se o erro de se pensar que a Igreja de Satã executa missas negras; entretanto, fazer uso de velas pretas e beijar as nádegas do demônio (ambas práticas mencionadas no capítulo) seriam práticas contraditórias para um satanista. Em 1966, Anton LaVey manteve um círculo de magia em sua casa enquanto se preparava para raspar sua cabeça e anunciar o Anno Satanas. Após isso, os membros proeminentes da Igreja de Satã passaram a realizar missas negras nas noites de sexta-feira na Black House.[18]

[editar] Feriados satanistas

O mais importante feriado satanista é o aniversário do próprio satanista, uma vez que representa a data de nascimento de seu próprio deus. A data funciona como um lembrete para que o satanista, comprometido com a verdadeira "existência vital", deve considerar a si próprio como a pessoa mais importante de sua vida. LaVey recomenda que o satanista celebre seu próprio aniversário da maneira que quiser, com tanta pompa e cerimônia quanto ache necessário. A celebração satanista do próprio aniversário pode assim ser algum tipo de "missa negra", ao redirecionar para si próprio a comemoração dos aniversários das entidades sagradas que existe em outras religiões nos "dias santos".
Três feriados satânicos foram enumerados por Anton LaVey na Bíblia Satânica, embora não sejam considerados sagrados. Entre tais feriados está a Walpurgisnacht, que em adição ao significado ocultista carregado pela data, também marca a fundação da Igreja Satânica em 1966, ou ano I A.S. (Anno Satanas, "No ano de Satã"). Esta data é comumente celebrada por satanistas em rituais de grupo privados, festas privadas ou celebrações de família, para comemorar a fundação da Igreja de Satã.
LaVey também menciona os solstícios de verão e inverno, e os equinócios da primavera e outono como feriados menores. Estes são geralmente celebrados em pequenas festas ou rituais privados. Entretanto, eles também são usados para substituir feriados populares que os satanistas evitam por causa da temática cristã, mas também querem aproveitar a celebração.
O dia das bruxas é muito comumente celebrado pelos satanistas, mas tipicamente há muito menos significância ocultista atrelada à data do que a maioria das pessoas imagina. O dia das bruxas é uma data popular tanto para cerimônias privadas quanto de grupo, mas é também uma data popular para os satanistas manterem festas privadas sem qualquer outro propósito além de aproveitar a diversão com o macabro que é normalmente celebrada pelo grande público. Quando muito, os satanistas parecem encarar a data com bom humor e um senso de ironia.
O Satanismo não proíbe especificamente a celebração de qualquer feriado ou festa mantido por outras culturas ou mesmo religiões. Não é de fato inteiramente incomum para alguns satanistas celebrar festas tipicamente cristãs como o Natal, embora as conotações religiosas costumem ser ignoradas. Muitos satanistas, entretanto, transferem feriados como o Natal para o solstício de inverno, ou mesmo ignoram totalmente a data.
Em 6 de junho de 2006 (6/6/6), uma missa satânica foi organizada pela Igreja de Satã em Hollywood, Califórnia, Estados Unidos. Esta celebração teve um número limitado de 100 convidados e foi organizada como uma forma de zombar da crendice e do medo popular acerca da data. A data 6 de junho de 2006 não possui nenhum significado para o Satanismo, nem o número 666. O evento foi documentado e muitos membros da Igreja de Satã foram entrevistados pela BBC, sob permissão.